O termo Skate vem em inglês skateboard ou skating, e também pode ser denominado (no Brasil) por esqueitismo, ou esqueite.
O skateboard é considerado um esporte radical, devido ao seu aspecto criativo, do qual habilidade é verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados.
O esporte skate consiste em deslizar sobre o solo e obstáculos equilibrando-se numa prancha, munida de quatro pequenas rodas e dois eixos chamados trucks. Com o skate, executam manobras de baixos a altos graus de dificuldade.
Sumário
O início do skate
O esporte surgiu na Califórnia, Estados Unidos, com o crescimento do “sidewalk surfing”, ou em português “surfe no asfalto”, se deu de uma maneira tão grande que muitos dos jovens da época se renderam ao novo esporte chamado “skate”.
Daí surgiram os primeiros skatistas da época, com estilo próprio.
Skate feminino
Sobre a participação feminina no mundo do skate, temos conhecimento sobre alguns fatos importantes.
Peggy Oki, em 1965, foi a primeira skatista mulher que se tem notícia, e fazia parte do grupo Z-Boys.
Linda Benson é uma surfista californiana nascida em 1944 e foi a primeira mulher a ser capa de uma revista especializada em surfe. Ela era bem famosa na época por isso, a marca Hansens fez um skate exclusivo para ela. Foi a primeira mulher na história a ter um Pro Model.
Assim como Linda Benson, Patti McGee começou no surfe. Quando não havia ondas, ela andava de skate. Em 1965, tornou-se a primeira mulher skatista profissional, ganhou o primeiro campeonato feminino de skate da história e, com isso, foi capa da revista “Life”.
No Brasil, diversas mulheres já corriam campeonatos de skate profissional na década de 1980, e recentemente Letícia Bufoni, uma skatista profissional, trabalhou em uma propaganda de desodorante feminino onde anda de skate com salto alto e vestido vermelho, descendo um corrimão de rockslide.
Cronologia do Skate
Até hoje não existe um conhecimento exato sobre onde surgiu o skate, mas muitos falam que vieram do surf; outros de patins quebrados, que com suas partes se montavam um skate em um pedaço de madeira.
Década de 1960
No início da década de 1960, os surfistas da Califórnia mais ou menos na cidade de Los Angeles queriam fazer das pranchas um divertimento também nas ruas, em uma época de marés baixas e secas na região. Inicialmente, a nova “maneira de surfar” foi chamada de sidewalk surfing.
A empresa californiana Roller Derby Skate Company fabricou e começou a vender o “Skate Board” em 1963. Esse skate sem rolamentos foi o primeiro produzido em massa e era muito parecido com o modelo Bun Board, de madeira, vermelho, estreito e plano, fabricado e comercializado em baixa escala por Alf Jensen seis anos antes, em 1957.
En 1963, na Pier Avenue de Hermosa Beach, na Califórnia, aconteceu o primeiro campeonato de skate que se tem registro. Não se tratava apenas de andar de skate: ali os skatistas começariam também a medir suas habilidades em diferentes disciplinas, como slalom e freestyle.
Década de 1970
Em 1973, o norte-americano Frank Nasworthy inventou as rodinhas de uretano, que revolucionaram o esporte. Um skate passou a pesar cerca de 1,5 kg.
Foi um pequeno grupo de garotos que, por volta do ano 1975, revolucionou ainda mais o skate realizando manobras do surf sobre ele. Esses garotos eram os lendários Z-Boys da também lendária equipe Zephyr.
Essa equipe era de Venice, Califórnia, lugar o qual chamavam Dogtown.
Era comum que skatistas californianos invadissem casas com piscinas quando as famílias viajavam no fim de semana. Em 1975, houve uma das piores secas da história dos Estados Unidos e a falta de água fez com que a maioria das piscinas ficasse vazias.
A molecada do skate sabia como tirar o máximo proveito da situação, o que acabou virando um dos filmes mais famosos de skate, “Os Reis de Dogtown”.
Em 1979, Alan Gelfand inventou o Flatground Ollie, manobra com a qual os skatistas ultrapassam obstáculos elevados e é base de qualquer manobra. A partir disso, o skate nunca mais foi o mesmo.
Essa manobra possibilitou uma abordagem inacreditavelmente infinita por parte dos skatistas. Não se pratica street style sem o domínio do Flatground Ollie, mais conhecido atualmente como Ollie.
Tom “Wally” Inouye também foi uma figura importante na história do skate na década de 1970. Ele é mais conhecido pela assinatura de manobras como wall rides e backside airs.
Inouye começou o IPS (Serviço de Piscina do Inouye) nos anos 1970 e foi um dos primeiros bowlriders, que andavam em piscinas vazias.
“Em 1976, nós andávamos de skate em piscinas vazias. Ninguém sabia o tudo o que se podiam fazer então nós nos divertíamos e víamos até onde podíamos forçar.”
“Forçar” foi exatamente o que levou a suas assinaturas de manobras. No wallride (andar na parede), você anda com o skate pela parede e depois volta para o chão.
“Nós todos tentávamos subir na parede. Eu acredito que fui o único que conseguiu fazer isso”, disse Inouye. E a manobra passou a ser chamada Wallride, por isso o chamam até hoje de Wally.
O primeiro skatista nipo-brasileiro a chegar no Brasil foi Jun Hashimoto em 1975. O mesmo abriu as portas para três gerações de descendentes japoneses no skate. Nomes importantes como o skatista brasileiro Lincoln Ueda.
A maioria dos skatistas sabe quem é Alan Gelfand, o cara conhecido por ter inventado o Ollie, manobra mais famosa do skate. Mas pouca gente conhece Rodney Mullen, inventor de mais de 30 manobras. Entre elas, as que mais se destacam são o Kickflip, o Heelflip, o 360 Flip e o Impossible.
Década de 1980
Durante a década de 1980, um dos revolucionários do esporte, principalmente na modalidade street, foi o skatista Rodney Mullen.
Rodney criou várias manobras importantes para o skate, como o kickflip, heelflip, hardflip, casper, darkslide, rockslide, 50-50, body varial, nollie flip underflip, primo, reemo, varial flip, inward heelflip, 360 flip, FS flip, BS flip, varial heelflip, FS heelflip, BS heelflip, etc.
Grande parte das manobras atualmente praticadas são derivadas dessas manobras. Rodney foi, por diversas vezes, vice campeão, chegando a ser considerado o melhor e mais influente skatista do bairro na sua modalidade.
Outro revolucionário, na modalidade street, é Tony Hawk, que inovou a maneira como os skatistas devem abordar o half-pipe, sempre procurando ultrapassar os limites de criatividade e dificuldade de execução das manobras.
A revista “Thrasher” é a Bíblia do skate. Todo skatista conhece a revista, lê e segue sua página na internet. Ela foi fundada em janeiro de 1981, por Kevin Thatcher, Eric Swenson e Fausto Vitello; e seu atual dono é o filho de Fausto, Tony Vitello.
Já no final do ano 1982, mais exatamente em 1983, Lincoln Ueda, assistido pelo seu pai (que filmava suas voltas para poderem aprimorá-las), competiu em Münster, na Alemanha, e faturou 15° lugar.
Despontava o Brasil no cenário mundial. Ueda também teve excelentes participações na pista da Domínio Skate Park Atibaia.
Década de 1990
Nos anos 1990, o carioca Bob Burnquist elaborou a última grande revolução no skate: o switchstance vertical.
Essa é a técnica de andar na base oposta à que se tem maior facilidade.
Nessa época já era difundida na modalidade street skate, e Bob foi o primeiro a popularizá-la na modalidade vertical.
Foi daí em diante que o skate passou a não ter mais “lado”, ou seja, não existe mais a frente nem o lado de trás. As manobras realizadas com pé direito na frente do skate agora também são realizadas com o pé esquerdo na frente.
Essa técnica quadruplicou o número de variações possíveis nas manobras. Para um skatista que deseja competir, é imprescindível o domínio de tal técnica.
Bob foi o primeiro skatista brasileiro a vencer uma etapa do campeonato mundial de skate vertical, em Vancouver, no Canadá, no ano de 1995. Ninguém esperava, ele apareceu lá e mostrou como se deveria andar de skate vertical dali em diante.
Em 1999 aconteceu uma das implementações mais memoráveis de Tony Hawk, o atleta mais popular da modalidade vertical. Ele completou, durante os X Games, o primeiro 900 da história. Nesse mesmo ano, lançou a primeira edição do popular videogame “Tony Hawk’s Pro Skater”, para o PlayStation.
Foi um grande ano para ele e para o skate mundial.
Década de 2000
É fundada em São Paulo a Associação Brasileira de Skate Feminino, por skatistas femininas, seu primeiro circuito ocorreu em 2005. Hoje, a associação é filiada à CBSk.
No ano de 2001, Og de Souza, um skatista que em sua infância sofreu de poliomielite, foi citado nas revistas Tribo Skate, CemporcentoSKATE, entre outras. Em 2001, ganhou o campeonato profissional no Best Trick, termo que, traduzido do inglês, significa “melhor manobra”.
Entre 2008 e 2009, a Mega Rampa chegou ao Brasil, tendo sido montada no Sambódromo do Anhembi pelo skatista dos anos 1980 George Rotatori. Na sua segunda edição, em 2009, Bob Burnquist sagrou-se bicampeão.
Skateboard nos jogos Olímpicos
Em 2016, foi anunciado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) que o skate, a partir de 2020 nas olimpíadas de Tóquio, no Japão, será um esporte olímpico.
As Primeiras medalhas da história nos Jogos Olímpicos foram à modalidade Street, sendo o Ouro para Yuto Horigomi (JAPÃO), a Prata Kelvin Hoefler (BRASIL) e o Bronze Jagger Eaton (ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA).